11 de agosto de 2010

LONGE DE CASA

Se você sentir em algum momento,
saudade de alguém,
ou de algum lugar...
e se junto com essa saudade
vier uma vontade de extravasar,
desatar um nó na garganta...
É sinal que toda aquela convivência não foi em vão.

Você doou muito de si.
E deixou que contribuíssem também.

Você não foi singular (apesar de ter lutado tantas vezes por isso).

Você se aproximou e nem percebeu 
quando despencava uma manta tecida com carinho e ternura
que o esquentou e protegeu por tanto tempo,
poupando-lhe o desprazer do frio que fazia lá fora.

Se no meio de uma cacofonia
(insensata e incoerente)
puder ouvir, nítido e pausado,
o que já lhe foi dito uma voz,
agora tão especial...

Se perdido entre tantos passos,
puder resgatar a sonoridade de algum.

Ou se você, simplesmente, 
lembrou de alguém ou de algum lugar,
que não quer e nem pode esquecer...

É porque você, talvez mesmo sem saber,
foi capaz de amar.

(Encontrei este poema ontem, mexendo nas minhas coisas. 
Escrevi aos dezessete anos de idade quando estive longe dos meus pais).

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