Aprecio as obras de arte em minha casa e há uma especial, de família - Os Bois, de Humberto Espíndola. Certa ocasião fui visitá-lo em sua casa-ateliê, um santuário das artes. Fantástico estar naquele lugar, na companhia desse que é um dos principais artistas plásticos do Centro-Oeste. Seu nome está grafado na história da cultura brasileira.
Embora sejamos de gerações diferentes, nossos pais sempre foram muito amigos.
Eu lhe disse:- Humberto, eu sou a Carminha, filha do Victor e da Flória. E ele disse: - Claro que sei!! Meus padrinhos de casamento!!
E então conversamos a tarde inteira e eu pude, extasiada, contemplar suas obras.
Humberto Espíndola, pintor autodidata, estreou nacionalmente no IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, em 1967, em Brasília.
Formou-se em jornalismo na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica do Paraná, em 1965 e no ano seguinte, organizou a Primeira Exposição dos Artistas Mato-Grossenses, em Campo Grande, onde fundou, em 1967, a Associação Mato-Grossense de Arte.
Seu talento o levou à Itália onde em 1972 participou da XXXVI Bienal de Veneza.
Cria, em 1973, o Museu de Arte e Cultura Popular, ligado à Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, dirigindo-o até 1982. O Palácio Paiaguás, sede do governo estadual de Mato Grosso,recebe em 1974, mural executado pelo artista. Em 1977, recebe o prêmio melhor do ano em pintura da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA. Em Campo Grande, é co-fundador do Centro de Cultura Referencial de Mato Grosso do Sul, em 1983, e realiza o Monumento à Cabeça de Boi, de ferro e aço, instalado na praça Cuiabá, em 1996. Apresenta mostra retrospectiva, em 2000, na Casa Andrade Muricy, em Curitiba, e, em 2002, no Museu de Arte Contemporânea, em Campo Grande, e no Museu de Arte e de Cultura Popular, em Cuiabá.( fonte Itaú Cultural).
Sua arte é focada em temas regionais, obras inspiradas na bovinocultura - temática que ele mesmo desenvolveu e que traduz a importância do boi para a população sul-mato-grossense. Animal-símbolo que retrata o cenário político, econômico e social do povo do cerrado.
Eu começo a apresentar-lhes os artistas sul-mato-grossenses a partir dessa pessoa singular que é Humberto Espíndola, cuja obra questiona, argumenta e nos remete a infindáveis interpretações.
Eu e minha tela deste grande artista!
Humberto Espíndola e Carmen Eugenio
Conheça mais sobre o artista em seu site oficial http://www.humbertoespindola.com.br/001-index_frameset.htm